Supernovas podem destruir atmosferas de planetas mais distantes do que se imaginava, de acordo com um estudo recente. As explosões estelares poderiam varrer mundos potencialmente habitados com dois “golpes” de raios-X e raios cósmicos, causando extinção em massa.
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As supernovas são eventos extremos nos quais estrelas gigantes no fim de suas vidas explodem, emitindo brilho capaz de ofuscar a luz combinada de bilhões de estrelas jovens. Quando a estrela Betelgeuse explodir, por exemplo, ela se tornará para os habitantes da Terra mais brilhante do que a Lua Cheia.
Essas emissões podem viajar muito longe — afinal, são os elementos pesados formados em supernovas que enriquecem os “berçários” das próximas estrelas a nascer, inserindo neles abundância de oxigênio, flúor e enxofre.
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Mas, além disso, supernovas também emitem radiação na forma de raios-X e raios gama, que podem não ser muito saudáveis para mundos habitados. Na verdade, todo o brilho espetacular das supernovas representa apenas uma pequena parte de toda a energia produzida.
Essa radiação de alta energia pode remover a camada de ozônio de um planeta como o nosso, colocando qualquer forma de vida em risco de extinção, pois a radiação ultravioleta do Sol invadiria a atmosfera.
A emissão de radiação acontece nos primeiros segundos de uma supernova, mas este é apenas o primeiro golpe. O segundo são os raios cósmicos — partículas subatômicas aceleradas quase à velocidade da luz. Eles atingem a Terra com certa frequência, mas em quantidade baixa o suficiente para não representar nenhum risco.
Contudo, uma supernova perto o suficiente enviaria um turbilhão de raios cósmicos centenas ou milhares de anos após a explosão da estrela. Eles carregariam consigo uma boa parte da energia total da supernova, destruindo o que poderia ter sobrado da camada de ozônio e atingir a superfície do planeta de modo fatal.
Segundo o novo estudo, uma supernova de raios-X só precisa estar localizada a 150 anos-luz de distância de planetas habitados. Essa é uma distância grande o suficiente para abraçar um espaço repleto de estrelas potencialmente explosivas.
Felizmente, a Terra não está neste raio em relação a nenhuma estrela candidata a supernova de raios-X, portanto, estamos seguros. O mesmo não pode ser dito com muita convicção sobre outros planetas potencialmente habitáveis do universo.
Ou talvez possamos, sim, dizer que boa parte dos planetas habitáveis estejam relativamente seguros. É que o novo estudo sugere que a zona habitável da Via Láctea (e galáxias em geral) esteja na região onde poucas supernovas poderiam ocorrer.
A periferia das galáxias têm poucas chances de formar planetas habitáveis porque, ali, há poucos elementos necessários para planetas rochosos. Então, a borda externa da zona galáctica habitável seria uma região um pouco mais interna.
Já os núcleos são lotados de estrelas que se formam e explodem em taxas muito altas. Isso significa que supernovas ocorrem frequentemente, enviando radiação e raios cósmicos para os planetas que ali possam existir.
Então, a zona habitável de uma galáxia provavelmente está mais distante do núcleo do que se pensava antes. As conclusões são úteis para colocar mais restrições nas buscas por mundos potencialmente habitáveis na Via Láctea.
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