Twitter: Delatora do Facebook diz que Musk deveria abrir algoritmo da rede

Frances Haugen deu uma entrevista exclusiva para a NBC News em que discutiu sobre como a influência das redes sociais na política, em especial sobre o Twitter. Em resposta ao jornalista Chuck Todd, ela disse: "Uma das coisas mais importantes que Elon Musk poderia fazer para provar que deseja ter a praça pública é publicar os algoritmos." A ex-funcionária do Facebook foi a responsável por denunciar a empresa no chamado Facebook Papers.

Elon Musk comprou o Twitter por US$ 44 bilhões (R$ 236 bilhões) sob a justificativa de fomentar o discurso livre na plataforma, transformando-a em uma praça pública "onde assuntos vitais para o futuro da humanidade seriam debatidos". Segundo a ex-executiva, a melhor maneira de fazer isso seria através do código aberto: "Ele teria mais ajuda – seria mais barato para ele. Seria mais lucrativo."

Segundo o bilionário sul-africano, dentre as razões pelas quais ele adquiriu o Twitter, está dar "poder ao povo". Ele pretende promover o diálogo na plataforma que, segundo ele, foi perdido. Musk ainda deseja que a rede social seja a "fonte mais precisa de informações sobre o mundo".

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No entanto, ele age de maneira contrária ao que prega, visto que suspendeu a conta de diversos jornalistas, além de ter reduzido expressivamente o número de funcionários encarregados da moderação de conteúdo.

Transparência e lucro

Ainda na entrevista à NBC News, Haugen disse que as empresas de mídia social se opõem à intervenção do governo, visto que poderiam reduzir seus lucros em pelo menos 20%.

"Se realmente tivéssemos transparência, se realmente tivéssemos responsabilidade, eles não seriam uma empresa com margens de lucro de 35%. Seriam uma empresa com margens de lucro de 15%", afirma Haugen.

A Meta, empresa-mãe do Facebook, vem enfrentando uma situação financeira difícil após a perda da receita de publicidade. No fim do ano, a big tech demitiu 11 mil funcionários — equivalente a 13% da força de trabalho. Segundo a denunciante, a empresa não seria capaz de se recuperar até que o CEO Mark Zuckerberg deixe o cargo.

O portal de notícias Insider tentou contato com a Meta e o Twitter, mas não obteve respostas.

Leia a matéria no Canaltech.

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